1. INTRODUÇÃO
Como jovens ou assessores nós, da Pastoral da Juventude, queremos viver uma experiência libertadora de encontro com Cristo e de formação na fé, que nos leve a ser “Homens e Mulheres Novos (as)”, comprometidos (as) com a libertação integral de nosso povo e com a construção de uma Nova Sociedade, expressão do Reino. E queremos servir aos outros, nossos irmãos jovens, oferecendo-lhes esta mesma proposta e oportunidade de experimentá-la. Por isso, não aceitamos grupos que só rezam, ou que se reúnem para discutir teoria, ou só para realizar ações sem reflexão e planejamento. Não pensamos em criar grupos que só pensam no lado “espiritual”, ou só no político, ou só na convivência amiga... Tudo precisa estar integrado.
No grupo de jovens a forma de se encontrar e de se reunir, é o que seja do círculo, para que os jovens possam aprender, com a prática, que ninguém é professor ou sabe mais que o outro. O encontro deve ser construído como local de partilha.
2. ORIENTAÇÕES INICIAIS
É importante e fundamental que cada reunião seja bem preparada, com antecedência, durante a semana. Evitar ficar com o roteiro à mão, lendo o tempo todo. Quem coordena a reunião deve estar seguro (a) dos passos a serem dados.
Cada comunidade, todo mês, treine os coordenadores ou animadores para o bom desenvolvimento das reuniões e evita improvisações; que seja visto com antecedência todo material a ser usado nas próximas reuniões.
Que este momento de treinamento seja também troca de experiência e avaliação, em conjunto dos passos dados.
3. O PLANEJAMENTO
Planejar é preparar a ação. ”Quem não planeja, planeja errar”. É fazer um plano, pensar no que vai ser feito, saber ouvir. ”Estender uma ponte até onde queremos chegar”.
Todo planejamento deve partir da realidade dos jovens e nos ambientes dos quais vivem. O planejamento facilita a distribuição de responsabilidades e participação mais ativa dos jovens. Evita a acumulação de atividades num mesmo tempo e canaliza, de modo mais racional, as energias de todos os agentes pastorais. Este planejamento visa suprir as necessidades do grupo de acordo com a etapa em que está sendo vivida.
4. A REUNIÃO
A reunião é um momento importante e fundamental na vida do grupo. É no processo de reunião que o grupo nasce, cresce e amadurece, a exemplo da pessoa humana. É importante que os encontros sejam semanais ou segundo a escolha do grupo conforme em sua situação concreta. A reunião é como o “miolo” da fruta, na formação integral do jovem que entra nesse processo.
Apresentamos alguns pilares que sustentam a reunião (esquema/roteiro):
· Objetivo
· Material necessário para a reunião
· Ambiente
· Acolhida /Oração
· Olhando a realidade (Sensibilizando)
· Técnica / Exercício (Dinâmica)
· Confrontando com a vida de Jesus/ Palavra de Deus
· Assumindo pequenas atividades (Compromisso de vida)
· Celebrando a vida - oração
· Avaliação - rever a reunião
· Preparação do próximo encontro
1) ACOLHIDA/ORAÇÃO
É o começo da reunião. O animador (a) dê atenção especial a este momento do encontro e acolhida dos membros, principalmente quem está vindo pela 1ª vez (cumprimentando cada um (a) se possível) a fim de criar um clima de amizade e intimidade. Pode se começar com uma saudação alegre, um canto alegre e apropriado para o assunto do encontro.
2) AMBIENTE/MATERIAL
O material a ser usado no encontro deve ser providenciado com antecedência a fim de facilitar na aplicação de alguma técnica. Assim também, o local do encontro deve ser preparado antes, de modo a favorecer a comunicação, o encontro com o outro; evitando a dispersão e a distração.
3) OBJETIVO DO ENCONTRO
O (a) animador (a) no início dizer algumas palavras que sintetizem o objetivo da reunião para que todos estejam por dentro do conteúdo do encontro.
4) RELEMBRANDO O ENCONTRO ANTERIOR
É o momento de fazer a memória do grupo. Lembrar os pontos mais importantes que foram falados, lembrar as decisões tomadas e cobrar as atividades que foram distribuídas para serem feitas pelos membros do grupo. (As decisões do grupo).
5) OLHANDO A NOSSA REALIDADE (Sensibilizando)
Considerando que a reunião precisa partir sempre da vida concreta dos jovens, situados no bairro onde moram com suas dificuldades e alegrias, o (a) animador (a) da reunião deve estar atendo para ir aos poucos trabalhando este aspecto nos participantes do grupo, “tirando a trave dos olhos” para que eles tomem consciência de sua própria realidade.
6) A TÉCNICA/EXERCÍCIO (Dinâmica)
O objetivo da técnica/exercício é passar um conteúdo, uma idéia. Para isto o (a) animador (a) da reunião deve ter claro, durante o desenvolvimento da técnica/exercício e da reunião, aonde se quer chegar. O bom desenvolvimento da técnica depende do conhecimento, da preparação, da execução e de sua aplicação ao tema proposto.
7) AVALIAÇÃO DA TÉCNICA/EXERCÍCIO
O resultado depende da avaliação do que foi feito, quando o grupo entende, o conteúdo trabalhado e partilha os sentimentos vividos.
Três elementos são importantes nesta avaliação:
a) Como foi trabalhado? (Todos se envolveram?).
b) Como se sentiram?
c) O que aprendemos como grupo da técnica aplicada?
Nestes momentos é importante o (a) animador (a) anotar todas as respostas do grupo, para apresentar uma síntese e ajudar a concluir essa parte, ligando com a seguinte.
8) CONFRONTANDO COM A VIDA DE JESUS/PALAVRA DE DEUS
A comparação bíblica, neste momento, ajuda o grupo a descobrir atitudes de Jesus diante de uma situação semelhante à vivida pelo jovem e introduz a oração que segue no final da reunião.
A iluminação bíblica é necessária para que os jovens possam assumir valores evangélicos comparando a sua vida com a de Jesus.
Lembrando que nem sempre é fácil fazer a aplicação da Bíblia, uma vez que os jovens têm dela pouco conhecimento, é necessário ir pensando com o grupo como estudá-la mais.
9) ASSUMINDO PEQUENAS ATIVIDADES (Compromisso de vida)
No início do grupo, “tempo de nucleação”, os jovens dificilmente assumem grande ações. Diferente de um grupo que já tem uma certa caminhada (Iniciação) É necessário um treinamento de Atitudes e Atividades a serem cultivadas com intensidade durante a semana seguinte.
Trata-se de ver a realidade, confrontá-lo com o apelo de Jesus e assumir na sua vida de jovem uma atitude nova, cristã.
10) CELEBRANDO A VIDA-ORAÇÃO
O que foi descoberto ou experimentado torna-se agora oração. Este é um momento de reflexão, contemplação de Deus. Precisa-se evitar o vício de recitar mecanicamente o Pai Nosso e Ave-Maria. Despertar os jovens para oração pessoal e comunitária. Para isso, usar salmos, orações espontâneas.
Para despertar o gosto pela oração nos jovens, nem ser pesada ou longa, ela precisa ser preparada, com criatividade.
11) AVALIAÇÃO – REVER A REUIÃO
Avaliar tudo que foi feito durante a reunião. Esta avaliação ajuda os jovens a despertar o senso crítico e a participar com mais entusiasmo.
12) PREPARAÇÃO DO PRÓXIMO ENCONTRO
Combinar com o grupo o próximo encontro. O tema, as pequenas tarefas que eles já são capazes de realizar, lembrando que no início do grupo os jovens assumem bem pouco. Não cobrar muito, caso contrário eles fogem do grupo.
Avisos e Despedidas
OBSERVAÇÔES:
Além destes elementos, o grupo pode acrescentar outros como exemplos: a recreação, isto é, brincadeiras, no final da reunião.
O (a) animador (a) deve estar preocupado (a) durante todo o tempo com a formação integral do jovem. Por isto, é importante despertá-lo para falar, falar de si, participar da reunião, avaliar, perceber sua realidade, assumir pequenas tarefas, rezar... É fundamental para o crescimento no grupo que os jovens desenvolvam pequenas tarefas.
Nunca é demais observar que o segredo do sucesso de um encontro com jovens é a boa preparação e a adaptação do roteiro de acordo com a realidade local e a caminhada dos jovens no grupo. Vale sempre a medida do bom senso – cuidar para não oferecer pouco para um grupo que busca desafios, e muito menos oferecer demais para o grupo que está iniciando a sua caminhada – tanto um como o outro leva a um só resultado: o desânimo do grupo.
Fonte: Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Manaus.